Páginas

domingo, 28 de dezembro de 2008

O que eu quero e não quero

Confesso que já passei da idade de acreditar em histórias encantadas. Porém, hoje digo de peito aberto que não quero viver em um conto de fadas, ao contrário de muitas mulheres e garotinhas.
Não quero ser levada em uma bela carruagem nos lugares mais belos desse mundo. Quero ir mais além com minhas próprias pernas.
Não quero um grande castelo, onde eu tenha que cuidar para não me perder e não me sentir pequena. Quero uma casa simples, que esteja sempre cheia de amor e de bons amigos.
Não quero vestidos reais. Quero roupas simples o bastante para que não se tornem minha essência.Não quero jóias brilhantes, apenas quero que o brilho dos meus olhos seja visto.
Não quero ter reconhecimento em demasia, pois assim as portas do meu coração se abririam e ele se tornaria refúgio para a inveja e o orgulho.
Não quero um príncipe encantado, quero apenas um homem que entenda os meus sentimentos e as intenções da minha alma. Quero alguém que perceba que meu conceito de realeza é próprio, e por isso incompreendido por muitos.
Quero calor humano, adrenalina, paixão e cansaço. Quero chorar pelas derrotas e ter como consolação a capacidade de lutar pela mudança.
Não quero e não sou uma princesa. Sou gata borralheira que tem medos e incertezas. Garota de grandes defeitos e tropeços. Quero viver a vida e lutar com minhas próprias forças e não quero nunca ter alguém limpando os meus pés, quando eu ainda tiver capacidade para isso.
Não quero ser conhecida e clamada por multidões, pois já tenho as melhores pessoas do meu lado, minha família real e meus nobres amigos.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Nosso "Muito Obrigado!"

O fim de mais uma etapa se aproxima e junto com este período de reflexão nos lembramos de todas as lutas que tivemos durante este ano e de toda a ajuda que recebemos para que pudéssemos ser vitoriosos.

A Liga Feminina de Combate ao Câncer consegue se manter e ajudar o próximo com a ajuda dos voluntários, que reconhecem a importância desse trabalho perante nossa sociedade. Todos os voluntários dessa causa maravilhosa devem ter dentro do peito os sentimentos de felicidade, amor e trabalho cumprido; pois mesmo vivendo em um mundo onde o egoísmo impera, conseguem se desprender e fazer a verdadeira caridade - aquela onde o esperado é o sorriso de quem foi auxiliado, apenas isso.

Muitos ignoram a responsabilidade social que possuem, acreditando que apenas pagando impostos estão fazendo tudo que podem, outros apenas ajudam quando receberão méritos pela bondade. Porém, ainda existem pessoas na comunidade que valorizam o trabalho social e ajudam como podem. Cidadãos que acreditam no bem e na superação. Almas caridosas que dão de graça o que de graça receberam: o amor.

Bem sabemos que muitos não precisam apenas de remédios e roupas, mas também de um sorriso e de atenção. Acreditamos que é este sentimento de união entre auxiliadores e auxiliados que deve ser soberano.

A LFCC agradece de coração a todos aqueles que de alguma forma nos estenderam as mãos durante o ano e nos ajudaram a amenizar as dores de muitos. Com a ajuda voluntária conseguimos fazer a diferença.

Neste clima natalino lembremos das palavras do mestre Jesus: “Fora da caridade não há salvação”. Faça a sua parte, seja caridoso sempre que possível, onde for que estiveres. Somente assim conseguiremos mudar a realidade do nosso mundo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Gangorra 2008

Quem acompanha o meu blog, pelo menos desde o mês de janeiro, poderá se lembrar de um texto nomeado "Projeto gangorra 2008". Neste texto havia uma reflexão de que é freqüente no futebol do Rio Grande do Sul um time gaúcho ir muito bem e o outro nem tanto nas competições futebolísticas.
Na conclusão coloquei que tudo estava se desenhando para mais um ano que comprovaria essa minha teoria, porém nem tudo transcorreu na maneira que pensava.
Vamos aos fatos.
Início do ano, Copa Dubai. Para muitos este torneio não tem nenhum valor, e realmente acredito que não teria se os times que competiram não fossem de alto nível. Pois foi, e adivinhem, o Gigante Colorado conquistou com méritos esta competição.
Começou então o Gauchão. A final esperada era colorida de vermelho e azul, porém, o Grêmio tropeçou no decorrer do caminho e não esteve presente na final, que contou com o Internacional e o Juventude. Juventude que se mostrou uma grande pedra no sapato dos colorados. Apesar do Inter ter perdido a primeira partida da final, levou para casa a responsabilidade do título e aniquilou os verdinhos fazendo 8 gols, inclusive sendo um deles do eterno Clemer. A toca estava rasgada, pisoteada. Se um dia ela realmente existiu, hoje não existe mais.
Terminado o Gauchão iniciou o Brasileirão, e ao contrário de outros anos, o Internacional conseguiu começar vencendo, ditando o seu ritmo.
Na Copa do Brasil o Inter também esteve presente, tendo sido considerado o favorito ao título. Fez um jogo histórico no Beira-Rio ao vencer o Paraná por 5x1. Porém, nenhum colorado esperava que mesmo possuindo vantagem de um gol, o Inter fosse se render na Ilha do Retiro, perdendo para o Sport, que findou-se campeão da Copa do Brasil.
O Clube do Povo balançou, passando a decair de ritmo e resultado no Brasileirão. O Inter parecia ter perdido suas forças lá na Ilha do Retiro. O Inter então contratou, começou a remendar o erro cometido novamente - desmanche do time durante o ano -.
Mesmo o Inter vencendo o São Paulo por 2x0 e goleando o Palmeiras e o rival Grêmio, as chances para a Libertadores eram poucas. O lance era focar na Sul-Americana. E foi exatamente isso que foi feito. Com o passar dos jogos, quando matematicamente era quase impossível a vaga para a Libertadores, o time montado para o Brasileirão era misto, chegando até a ser reserva.
O Inter estava com todo o gás para a Sul-Americana, o único campeonato que nenhum time brasileiro conseguira sequer chegar na final. Logo na primeira rodada o Internacional eliminou o rival Grêmio da competição. O Inter com o tempo se mostrava mais forte e confiante. Era quase impossível tirar esse título do Internacional. Após uma final nervosa o Beira-Rio explodiu com o gol de Nilmar já na prorrogação.
Internacional, campeão de tudo. O único time brasileiro a ter todos os títulos.
Minha projeção teria sido correta se o rival Grêmio não tivesse surpreendido e ficado na primeira colocação do campeonato nacional por várias rodadas. Campeão do 1º turno, o Grêmio acabou decaindo. Perdeu chances inúmeras de aumentar sua diferença de pontos para os outros times. Chegou a ter uma vantagem de 11 pontos do São Paulo. Alguns choram por injustiça. A meu ver pode até ter ocorrido um erro ou outro, mas erros que favoreceram o Grêmio (gol impedido contra o São Paulo, por exemplo), e erros que favoreceram o São Paulo (gol impedido contra o Goiás na rodada final). Pelo fato do São Paulo ter sido desacreditado durante o ano e mesmo assim ter superado as dificuldades batendo a diferença de 11 pontos do então líder, acredito justo o título de Campeão Brasileiro 2008 ao time paulista.
Realmente um grande ano para o futebol gaúcho, onde os dois times estiveram, dentro de suas limitações e grandezas, onde mereceram estar. Parabéns Grêmio pela vaga na libertadores e o quase título, e parabéns Internacional pela conquista inédita da Sul-Americana, pelo Gauchão e pela Copa Dubai. Tudo em seu devido lugar, graças.

domingo, 30 de novembro de 2008

Breve reflexão

A cada dia que passa percebo que o que não me mata me fortalece, e que a cada queda me reergo com mais determinação e força. Percebo que para ser feliz não preciso brincar com os sentimentos de ninguém, apenas valorizar os meus; e que para subir na vida devo martirizar a mim mesma, e não os outros. Agradeço a todos aqueles que pararam o seu percurso para me estender a mão e que por este gesto me pediram apenas um sorriso sincero. Depois da tempestade vem o dia ensolarado, e cada vez mais compreendo quem realmente merece estar do meu lado.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Ela corre

O vento frio daquela manhã lhe corta a pele. Tem esperança, logo o sol sairá tímido por trás das brancas nuvens. Ela corre, ela foge, ela tem medo. Desesperada tenta confundir sua própria sombra. Quer ficar sozinha. Quer esquecer dos problemas. Quer correr da rotina, da vida, de tudo.
Suas pernas estão cansadas e sua respiração ofegante. Parece que mil e um fantasmas tentam lhe pegar. Ela corre, ela corre.
Seu corpo está ferido e sua alma também. Se ela pudesse voar ela voaria para bem longe. Lá ela acharia o que tanto procura e ainda não sabe. Ela teria motivos para sorrir com sinceridade. Ela sentiria seu corpo ser todo envolvido em um abraço apertado. Ela sentiria a união dos corações e das almas.
Ela corre, e vai deixando para trás a poeira do descaso, da mentira e da falsidade. Ela corre e não deixa pegadas. Ninguém nunca saberá aonde fora, aonde está e aonde vai.
Ela corre sozinha. Nem mesmo os pássaros voam no céu. Sozinha ela corre.
Seu corpo já não aguenta mais, coração em descompasso e a boca seca. Ela olha pra trás, nada vê. Os fantasmas sumiram. Ela realmente está sozinha. Olha para frente e vê um caminho sem fim, como se fosse uma sequência da mesma foto.
Ela se ajoelha como se estivesse se entregando. Ninguém corre do seu lado, até mesmo os fantasmas desistiram dela. Ela parece ter desistido dela mesma, parece não mais suportar sua própria presença.
Respirou fundo. Levantou e seguiu.
Ela corre, ela foge, ela tem medo.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

E quem nunca erra?

Erramos constantemente, por vezes sabendo do erro e por outras não. Achamos que o nosso ato não é tão errado, mas suas conseqüências tomam formas gigantes.
E quem nunca erra?
Muitas vezes são meros tropeços, caímos na tentação ou sentimento parecido. Mas isso não nos descarta a culpa e a consciência de que erramos.
O fato é que fechamos os olhos e deixamos o acerto ser deixado de foco. Lutamos, mas não conseguimos. Uma multidão de pessoas a nossa volta erram, e muito, mas nada apaga o que fizemos com o nosso livre arbítrio. Porém deveria ser levado em conta todas as vezes que estivemos frente ao erro e o ignoramos. Eu sinto falta disso. Falta de ter o reconhecimento visível dos meus acertos e das minhas mudanças. Isso é orgulho? Até pode ser, mas eu acredito que equilibrando os elogios e as críticas tudo entra em harmonia e os distúrbios e problemas não seriam tão fortes.
Percebo como são fortes as coisas negativas contra as positivas. Uma pessoa pode ter passado um ano todo se esforçando e por ter tido determinado tropeço ser julgada apenas por isso, pelo erro.
A ausência do esforço para se fazer o bem tem muito deste fator. Acaba-se acreditando que não altera em nada ser bom, o importante na vida é apenas não errar.
Justamente por isso muitos erram, para chamar atenção. É evidenciada então uma atitude extremamente burra. Princípio não tão ausente dentro de nós.
Quem planta vento colhe ventania. Porém, que isso ocorra também nos atos bons, pois é fácil dizer que Deus recompensará pela bondade, enquanto perante os erros queremos febrilmente colocar em prática a justiça dos homens.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Tempos extremos

Esses dias estava lendo um livro, e em determinada parte a personagem começou a relatar o primeiro amor dela. A história é antiga, de outros tempos, porém, outros tempos não tão distantes assim. Vamos direto ao ponto: depois de um ano namorando a personagem permitiu que seu namorado pegasse em sua mão. O primeiro beijo deles aconteceu apenas depois de 2 anos namorando.
Estou imaginando a cara de quem está lendo isso, provavelmente é a mesma que eu fiz quando li. Depois do espanto surge a graça. Eu pelo menos comecei a rir, e pensar ironicamente: "Iguaaaaaaal aos dias de hoje".
Repito, isso não é coisa de séculos passados. Pergunte uma vez para teus avós ou até mesmo pais, como eram os namoros de suas épocas. Muita coisa mudou. MUITA.
Hoje saímos para a festa e ficamos com garotos (ou garotas) que recém conhecemos. Beijamos quem muitas vezes nem sabemos de onde é, ou até mesmo seu nome. Nos apaixonamos rapidamente, queremos tudo pra ontem. Parece que o mundo acabará amanhã e que precisamos fazer TUDO em uma noite só, com qualquer desconhecido que nos atrair.
Seria muito fácil falar que os outros fazem isso, mas e quem nos dias atuais não faz? (lógico que existem pessoas que ainda são bem reservadas).
A questão é que 'ser reservada' possui variados conceitos e acredito que outros ainda surgirão. Para muitos ser reservada é ir de calcinha para festa, como para outros é conhecer primeiro bem a pessoa antes de se relacionar.
Enfim, dou risada do que muitas vezes mereceria lágrimas. O extremismo me dá medo. Temos que curtir a vida? LÓGICO. Mas será que essa é a maneira mais adequada?
Como tudo na vida, isso foi um aprendizado. E não querendo ser incoerente, mas dou graças por muitas coisas terem mudado!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Nossas palavras

Existem pessoas neste mundo que são iluminadas, que se destacam. Seres com a dádiva das belas palavras, que juntas formam um conjunto brilhante.
Contos que envolvem, sonetos que surpreendem, críticas que despertam, letras que emocionam.
*
Palavras. Tenho paixão por elas, pela incrível energia que possuem. Uma pessoa que domina essa força deve agradecer por este dom recebido ou conquistado.
*
Fato é que os textos que a vida nos leva a escrever, muitas vezes, pouco nos encantam. Porém muitos outros podem, ou poderão, ver na simples obra uma força, uma mudança. Por isto, somos sempre responsáveis pelo que clamamos ser correto.
*
Conheci um homem que possui a habilidade e o encanto da escrita. Mesmo com o seu evidente talento, vi nele o sentimento de humildade. Aprendi com isso. Geralmente quem desenvolve um dom se deixa levar pelo orgulho, tendo em mente apenas a idéia de que nada erra e tudo sabe.
*
Este exemplo levo para minha vida. Devemos confiar nos nossos instintos e intuições, mas temos que manter os pés no chão. Somos e seremos eternos aprendizes.
*
Escreva pela delícia que este ato provoca, e não pelos aplausos e elogios (que nem sempre são repletos de sinceridade). Sinta a frase, sua conotação e emoção. Deixe que sua mente criadora comande a caneta sobre o papel, para que, de letra em letra, seja formada a arte final.
Escreva, leia, pense; Não pelo outros, mas por ti, pois isto te faz se sentir vivo!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Meu sorriso sincero

Confesso que eu tinha medo. O lugar era desconhecido, assim como todos que lá estavam. Haviam me alertado que isso aconteceria, mas sempre desconfiei dessa dita verdade, por ser muito dramática.
*
Por toda a minha vida estive no mesmo meio e com basicamente as mesmas pessoas. Fiz muitos amigos e conhecidos, e essa circunstância me deixava sempre muito a vontade. Tinha o meu espaço, mas era chegada a hora de me desmembrar daquilo tudo.
*
Machucou, afligiu. Como poderia viver sem meus amigos? E se todo drama que me contavam, de que nessa etapa da vida eu perderia meus amigos, se concretizasse?
*
Pavoroso foram os primeiros dias. Todos eram estranhos e a maioria extremamente fechado em seu mundo próprio. Queria sair correndo, ir para casa, voltar para a escola. Os anos na faculdade seriam terríveis, isso, naquele momento, era fato.
*
Minha surpresa foi que, com o passar dos dias e das semanas, comecei a conversar com algumas colegas de aula. Eram desconhecidas, mas a cada aula acabávamos sabendo, direta ou indiretamente, detalhes uma sobre a outra.
*
Não serei hipócrita em dizer que só existem pessoas legais na faculdade. Conheci muitos individualistas que, enfim, não tinham as qualidades para cativar a minha admiração.
Contudo, as conheci, pessoas realmente especiais. Aquelas que a cada momento me dão a certeza de que eu encontrei amizades verdadeiras e eternas. Aquelas que eu irei abraçar com emoção a cada degrau que trilharmos e superarmos juntas.
*
Personalidades diferentes, mas que se encaixam e se completam. Risadas, segredos, dedicação, amor em comum pelo jornalismo. Todas com ideais concretos e opiniões formadas. Sei que teremos nossas dificuldades, ilusões e decepções, afinal amizades são assim.
*
Agradeço a esses anjos, vocês bem sabem quem são, que surgiram no meu caminho e que fazem dos meus dias e noites, datas com marcas especiais.
PS: Gurias! Já não consigo imaginar as aulas sem vocês por perto! Obrigada por tudo, vocês já são essenciais!

domingo, 2 de novembro de 2008

O líder perseguido [2]

Segue abaixo um comentário postado no texto "O líder perseguido":

É triste ver colorado comentando futebol, sem ofensas, mas se preocupam mais com o Grêmio do que com o próprio time. Tem um sujeito aqui nesse blog que comenta "... bando de coitados! nasceram coitados, morrerão assim". Coitados?Bom, não deixaremos o título sair de nossas mãos, em face de uma justiça desportiva preconceituosa perante os guerreiros dos pampas (evidententemente, o Grêmio), assim como o Inter deixara escapar em 2005, por um motivo semelhante. O Grêmio, sem sombra de dúvidas, é o maior vencedor do sul. Não sou eu quem falo, por trás disso tudo evidencia-se um suporte fático contundente que comprova. Então, coitado é a vossa senhoria que escreveu, que chama outrem desta vil maneira, mas não percebe que estão 8 posições atrás. Chore, meu caro. Desculpem, mas a réplica é direito constitucional. Quem não gostou, que responda a altura. Sem mais.
Resposta:

Triste é ligar a televisão e ver um comentarista esportivo dizer que as intenções do Internacional são as de prejudicar o Grêmio. Justamente por essa acusação sem fontes, que mancham a imagem do meu time, que me senti no direito de dar a minha opinião.
Fato é que a comparação entre 2005 e 2008 é totalmente sem nexo. A única coisa em comum é o STJD, APENAS ISSO. Em 2005 ocorreu uma roubalheira COMPROVADA, o que não se repete neste ano. Até porque o Grêmio NÃO FOI prejudicado, pois conseguiu o direito que lhe era disposto, o efeito suspensivo.
*
Se o Grêmio é o maior vencedor do sul, se é ou não time dos guerreiros dos pampas não cabe a discussão, e não por eu não ter argumentos contra, mas porque tenho a capacidade de reconhecer a grandeza do Grêmio sem precisar ficar berrando as glórias do meu time, como se fossem argumento para amenizar algum fato de hoje. Dois times, duas histórias, duas grandezas.
Sim, estamos atrás na tabela e nem por isso eu choro. Estamos onde estamos POR NOSSA culpa, e RECONHECEMOS essa culpa. Ao contrário de muitos times que não assumem as suas faltas e resolvem colocar a culpa nos outros e discursar serem VÍTIMAS DE CONSPIRAÇÃO.
*
Deixem o gremismo de lado e reconheçam que o Grêmio teve INÚMERAS chances de aumentar a vantagem na liderança do Brasileirão. Chances que não foram aproveitadas. O Grêmio somente não está disparado na primeira posição por INCOMPETÊNCIA de um time, de uma direção, de um técnico.
Se tivesse feito a sua parte, o tal Grêmio poderoso, não estaria precisando fazer drama sobre a decisão do Inter de usar ou não um time misto contra alguns no Brasileirão.
*
A minha crítica é aos que usam essas desculpas, que CRIAM dramas inexistentes. Pouco me importa se o Grêmio vai ser ou não campeão, mas que não coloquem no meio dessa história de vitórias e perdas de oportunidades o MEU TIME.
Iremos sim entrar com time misto, e o motivo disto é a SULAMERICANA, palavra que não possui como sinônimo a expressão JOGO SUJO.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Conversa Íntima


Em ritmo descompassado seu coração batia. Seus olhos estavam vidrados observando a chuva torrencial que caía do céu e molhava tudo que lá existia. Deitada em sua cama sentia seus poros suados, conseqüência do calor daquele dia. Por mais que ela estivesse e quisesse, a impressão de sua alma era que ela não estava sozinha.

***
Não acreditava na existência de outros seres, espíritos, fantasmas, ou qualquer outra nomeação que as diversas seitas e culturas expunham. Mesmo tendo essa descrença estabelecida, sentia que alguém, ou algo, estava ali junto dela.
Sentia no ar do seu quarto um clima estranho. Os raios que agora cortavam o céu pareciam procurar o ponto certo para finalizar sua viagem.

*
Por vezes ela passava por essas fases mais introspectivas. Não sabia bem ao certo o que lhe cativava a reflexão. Ficava por horas ou até mesmo dias relembrando nostalgicamente o que aconteceu em sua vida. Tinha saudade de coisas que não passaram de expectativas. Era assim que ela se sentia.
*
Com o passar dos minutos seu coração ficava mais calmo e lento. Permanecia ainda em seu íntimo a angústia e a cólera, e em certos momentos tinha a certeza de que parte daquele sentimento não era seu. Estaria alguém, em alguma parte da cidade ou até mesmo do mundo, sentindo exatamente a mesma coisa. Mas como explicar essa união de vibrações? Porque estaria ela condenada a sentir algo pertencente a uma pessoa que primordialmente nada se interligava a ela?
*
E quem nunca sentiu isso? A ânsia de que alguém, em algum lugar, por alguma razão, precisa de nós. Necessita do nosso afago, do nosso carinho, do nosso calor.
*
A chuva agora se tornara fraca e alguns pássaros ousavam sair de sua proteção para voarem livres pelo céu. O cheiro de terra molhada se instalava cada vez mais em todos os cômodos da casa.
Aquela garota antes tão descrente pensava agora em toda carga sentimental e emocional que recebera e criara. Por mais que agora ela conseguisse driblar aquela chuva melancólica, estava certa de que alguém chorava por ela. Alguém estava sentindo tudo o que vivenciara nos últimos dias e que aparentemente havia superado.

*
Decepções e alegrias cultivadas em sua essência. Uma lágrima percorreu os caminhos mais misteriosos de sua face e em um momento de êxtase seus lábios se separaram. Numa voz de desabafo exclamou: “Eu estou contigo, tudo vai acabar bem”.
Em exatidão um raio de sol adentrou o seu quarto iluminando todo o seu corpo. Lágrimas escorreram, agora não tão tímidas, e um sentimento de alívio lhe percorreu o corpo lhe fazendo cair em profundo sono.

*

Ela tinha, enfim, encontrado a pessoa que tanto dela precisava.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O líder perseguido

A cada dia que passa percebo o quanto de novela existe dentro do mundo do futebol. Irei me explicar: todos os campeonatos em todos os anos são palco para episódios de drama, de superação e de CHORO.
***
O líder Grêmio chora.
O dito rival do Internacional, que hoje se encontra na primeira posição da tabela no Campeonato Brasileiro tivera inúmeras chances de abrir a vantagem perante os outros colocados que seguem em busca do título. Esteve nas mãos do Grêmio a chance de provar sua capacidade e merecimento e conseguir então uma considerável vantagem. Chances que não foram aproveitadas. Tropeços que deixaram claro para todos que o Grêmio não possui um time equilibrado como no primeiro turno. Qualquer erro maior pode sim tirar a taça do seu poder.
***
Começa então o drama mais evidente. STJD pune severamente, e com razão, jogadores importantes do elenco do Grêmio. A imprensa chorou. A torcida chorou. A direção chorou. Um mar de lágrimas devastou a medida tomada, e foi então concedido ao Grêmio efeito suspensivo.
Você conhece Paulo Sant'Ana? Pois bem, dizia ele diariamente que o Grêmio não seria campeão. Que o Grêmio não possui mais o seu eficiente futebol. Que o Grêmio não possui treinador e que o futebol apresentado não corresponde ao de um time que quer sair campeão. Em partes, sempre concordei com ele, tanto pela minha repulsão ao Grêmio quanto pelo uso da racionalidade.
***
Quando ocorreu o caso do STJD Paulo Sant'Ana chorou pelo o que estava acontecendo. Dizia em voz alta e frequente que o Grêmio estava sendo ROUBADO. Que não seria campeão POR CAUSA DISSO.
***
Hoje ligo a televisão e vejo esse mesmo ser dizendo que o Internacional irá prejudicar o Grêmio fazendo corpo mole nos jogos contra os times que tentam tirar a liderança do rival. POR CAUSA DISSO, desse dito jogo sujo, o Grêmio não será campeão.
Resumo tudo isso em uma palavra, CHORO!
***
O Internacional teve um resultado deprimente neste sábado contra o Galo, deixando a vaga para a Libertadores cada vez mais distante. Por dias escuto a polêmica de qual campeonato o Clube do Povo deve priorizar. Com este empate as chances da Sulamericana ser priorizada cresce em demasiado, e com isso, poderia sim ser escalado para o resto do Brasileirão time misto ou até mesmo time reserva.
Para vários ditos entendidos do futebol isso tudo é armação. Isso é jogo sujo!
***
Vamos aos fatos.
Em 2007 o Grêmio disputara a Libertadores. Qual time entrava em campo no Brasileirão?
Neste ano, Fluminense disputara a Libertadores. Qual time entrava em campo no Brasileirão?
A coisa mais normal possível de um time fazer é poupar jogadores importantes, usando-os apenas nos jogos decisivos almejados.
Onde está o jogo sujo nisso tudo?
***
Vamos aos fatos. [2]
Paulo Sant'Ana se baseou na matéria que saiu em Zero Hora do dia 27/10/2008. MATÉRIA TOTALMENTE INTERPRETATIVA, baseada no ACHISMO do repórter e da edição. Não há NADA que comprove essa decisão da direção do Internacional, e mesmo se tivesse, NÃO SERÁ UTILIZADO RESERVAS PARA PREJUDICAR O GRÊMIO e sim para PRIORIZAR a Sulamericana. Nossos objetivos, caros egocêntricos, vão muito além de atrapalhar o que tanto vocês desejam.
***
Parem de choro! Quem quer ser campeão não deve se preocupar com o que os outros decidem ou querem fazer. O líder Grêmio é perseguido, pelo seu próprio choro e pela sua própria incompetência.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Sedução

Aquela noite fora maravilhosa, pensava escorada no parapeito da janela. Vestia um leve vestido e suas mãos delicadas seguravam uma taça com alguma bebida qualquer.

Uma doce brisa invadia sua alma e de olhos fechados ela parecia delirar. Seus cabelos volumosos e negros eram conduzidos a uma suave dança. A rua estava tranqüila, nada ousava interromper aquele momento tão intenso. A lua clareava levemente o ambiente, transformando seu rosto em uma brilhante pérola.

Ela era uma jovem atraente, chamava à atenção dos homens certos. Não era qualquer um que decifrava o seu jeito, seu olhar, seu cheiro. Para muitos uma garotinha, para outros uma tremenda mulher. Anjo e diabo, por trás de um doce sorriso um desejo.

Ele tentava desvendar aquela mulher. Sentado na poltrona marrom de couro a observava sorrir maliciosamente para o vento, que teimava em agitar seu vestido. Mal sabia ele o que lhe esperava. Aqueles olhos claros, dignos de anjo, possuíam a força necessária para hipnotizá-lo.

Levantou-se, foi até o aparelho de som e colocou uma música envolvente para acrescentar o clima. Dirigiu-se até aquela jovem e a tomou em seus braços. Começaram então uma agradável dança, acompanhada de olhares e risos. Que eterno era aquele sentimento que inundava aqueles dois seres.

Evidente era que eles combinavam. Nenhum dos dois dependia do outro, eles apenas queriam viver aquele momento, aquela dança. Não se preocupavam com o futuro, não criavam expectativas, apenas se perdiam na imensidão do outro, tendo a certeza de que o futuro era o agora, e que o agora já se tornara passado.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

PÁRA TUDO!


Possuo contos e reflexões para postar, mas nesse momento necessito postar um “desabafo”.

A cada semestre, mês, semana ou dia, ficamos sabendo de uma tragédia no nosso Brasil e no mundo. Uma criança sendo arrastada por um carro ou sendo atirada pela janela e agora, o mais recente, namorado mantém como refém a ex-namorada de apenas 15 anos durante 101 horas e tenta lhe causar a morte.

A maioria da população acreditava se tratar de uma bobagem, uma pura brincadeira entre Lindembergue Fernandes Alves, 22 anos, Eloá e Nayara, 15 anos ambas. Mas não, não se tratava de uma brincadeira e sim de uma tragédia.

Não falarei muito do caso, pois bem sabemos que a imprensa brasileira irá lotar jornais de informações sobre o ocorrido. O que venho aqui comentar é a que ponto chegamos. Acordamos, lemos os jornais e o que vemos? Crimes, maldades, barbáries, tragédias, mortes, crueldade.

O pior de tudo é que estamos nos acostumamos com essa cruel realidade. Não nos indignamos mais, e muitos nem mais piedade sentem.

Concordo com você leitor, esse é apenas um caso entre milhares que ocorrem o tempo todo e que não são divulgados. Mas não é por este fato que devemos ignorar o sofrimento dessas duas jovens agora hospitalizadas, a dor das famílias e o estado de existência de Lindembergue.

Agora é o momento onde muitos irão pregar a necessidade da pena de morte e tantos outros métodos radicais para frear essa maldade que se alastra em nossa sociedade. Qual será a melhor solução? Qual é a nossa parcela de responsabilidade neste caos?

Venho aqui dizer que meu peito está apertado. O sofrimento é cada vez maior, é cada vez mais perto e cada vez mais real. Sim, real. Mesmo que a maioria trate o real como uma novela. Acompanham todos os ‘capítulos’ sentados na poltrona. Quando tudo se encerra ela é substituída por outra, naturalmente.

Isso não é novela. Esta é a realidade cada vez mais freqüente do nosso dia a dia. Espero que de alguma forma as coisas comecem a serenar, anseio muito por isto. Está na hora de um BASTA.

“O que está acontecendo? O mundo está ao contrário e ninguém reparou” “O que você está fazendo? Milhões de vasos sem nenhuma flor”
(Relicário – Nando Reis e Cássia Eller)

sábado, 11 de outubro de 2008

Diversão limitada


Sou observadora, acho interessante analisar as atitudes, reações e manias dos outros.

Esses tempos, eu e mais duas amigas resolvemos ir a uma festa. E acredito que as coisas mais bizarras, ridículas e engraçadas que vivenciamos na nossa vida ocorrem nas baladas. Com tudo que vi naquela noite, passei a me perguntar o que afinal faz uma pessoa se divertir em uma festa.
Será que só há diversão quando se tem um copo na mão? Refleti sobre isso no momento em que entramos e vimos lamentavelmente duas gurias podres de bêbadas pagando fiasco. O que leva uma pessoa a pagar para entrar numa festa, ficar meia hora e ter que ser levada para casa por estar quase em coma alcoólico? Que diversão é essa? Eu pelo menos não acho nada divertido não curtir o que era o esperado, passar a noite inteira mal e o outro dia com ressaca.
Não será um copo de bebida ou uma droga qualquer que vai fazer uma noite agradável e divertida. Pego como exemplo o que foi a minha noite e de minhas amigas. Sim, bebemos uma coisa ou outra, mas nos divertimos horrores por estarmos juntas e querermos nos divertir.
Estou pagando de boa moça? Não, claro que não acho errado beber antes e durante uma festa, mas acredito que se é pra beber que saiba os seus limites. Na realidade, virou uma moda beber. Antes isso era somente com os homens, mas hoje as mulheres estão entrando nessa onda. E fato é que e os locais de festas te impulsionam a beber promovendo liberações aqui e ali.
Então, caros leitores, se divirtam da maneira que quiserem, mas, por favor, respeitem os seus limites. O álcool também é droga, mata, vicia e te faz ser assunto de postagem crítica em blogs.


domingo, 5 de outubro de 2008

Isso é para ti, 'homem'

Minha consciência sempre me alertou, teimava e não a dava atenção. Hoje, por mais que seja óbvio e não tão difícil assim, percebo o quanto ela estava certa e como as coisas se desenharam para o caminho certo.
Acredito que uma das mais supremas características do ser é o de ter determinação e de cumprir a palavra. Comecei a reparar na quantidade de pessoas assim que possuo em minha volta. O tipo que promete milhares de coisas e que não cumpre míseras.

Como queres, homem, que eu acredite em tuas promessas de futuro, de contos de fadas, se não cumpres o que te cabe neste exato momento? Qual é a dificuldade em fazer a diferença com mínimos detalhes?

Não acredito mais em promessas, e por vezes, não acredito mais nas pessoas. Repito, por vezes. Sinto no olhar de muitos a sinceridade e honestidade. Sei que dificuldades surgem e que elas influenciam na vida das pessoas, mas não consigo encontrar problemas tão graves capazes de anular certos atos. Cansei. Sim, isso é um desabafo, mas não tão necessário assim.
Essa falta de determinação aniquilou meus sentimentos e minhas vontades e, aparentemente e surpreendentemente, tudo teve um final feliz.

O que é ser Glamour

Texto publicado nos jornais JS e Jornal Opinião, aludindo um pouco sobre o evento característico da Liga Feminina de Combate ao Câncer, o concurso Glamour Girl.

Pode até parecer, mas o concurso Glamour não se prende à beleza física. O objetivo e os requisitos vão muito além disto. A Glamour Girl é responsável por liderar a Liga Jovem de Combate ao Câncer por dois anos. Portanto, a menina escolhida precisa ter o brilho da iniciativa, garra, determinação, solidariedade e liderança.
Todas as jovens concorrentes já mostram o seu glamour sendo solidárias a esta causa tão nobre que é a de ajudar os doentes do câncer. Elas fazem parte de um conjunto que faz a diferença na vida de muitas pessoas, e isto é maior que qualquer nomeação.
Essas jovens brilham juntas, levando luz onde há escuridão e vida àqueles que já não sabem mais o que é viver. O glamour desse evento é que a escolhida não se empolga com seu próprio brilho, mas com o brilho do resultado final do trabalho conjunto que será realizado por todas.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

As eleições e suas sujeiras

Acredito que isto não seja notável apenas na minha cidade, mas sim em todos os cantos do Brasil. As eleições são importantes sim para a nossa sociedade, e por mais que certas coisas custem a mudar é o direito e dever da população ter o ato do voto.
* * *
Apesar deste suposto ponto positivo das eleições, percebo muitos pontos críticos e irritantes nas pré-eleições. Constato no mínimo quatro tipos diferentes de poluições causadas por esse período:
1º: A poluição sonora. Você certamente já notou que a cada 5 minutos passa um carro de som ensurdecedor com o 'hit de sucesso' de tal candidato em sua rua. Alguns instantes mais tarde, quando aquela música já entrou na mente - e permanece lá por um considerável período de tempo (e esta é a intenção dos candidatos, nos enlouquecer) -, passa outro carro sonoro de outro candidato com seu hit. O processo de loucura é o mesmo e é frequente durante todo o dia. Não tem hora, pode ser às 8 da manhã, ao meio dia, no final da tarde, enfim, não tem escapatória.
2º: A poluição mental. Essa é em parte uma consequência da primeira. Acredito que a maioria permanece com a música do candidato ciclano na cabeça durante boa parte do seu dia. Considero isso como uma poluição mental, pois ninguém merece ficar com uma música desse tipo na cabeça.
Faz parte desse tópico a poluição de mentiras que nos são ditas. Me desculpem, mas eu não consigo acreditar nos discursos políticos dos candidatos. Todos dizem basicamente a mesma coisa, e na realidade nos últimos tempos estão fazendo a mesma coisa: falam e falam - apenas isso.
3º A poluição visual. Depois de um dia cansativo ou outro qualquer, você resolve dar uma caminhada pela cidade. Do seu lado direito você avista vários banners do candidato fulano. Do seu lado esquerdo você vê outro banner com a foto cheia de photoshop de outro candidato, e assim por diante. Em época de eleição quase todas as casas têm um cartaz pendurado, ou uma bandeira de partido tremulando na sacada. Relaxante não?
4º: A poluição ambiental. Consequência do tópico terceiro. Você já percebeu a quantidade de papel gasto em uma campanha política? Em cada esquina existem pessoas entregando as ditas 'colinhas'. Lógico que nenhuma é de papel reciclado, todas são coloridas e impressas em papéis brilhantes. Você anda mais um pouco e lá vem outras pessoas te entregarem as 'colinhas', mas agora é de outro candidato. Experimente dizer que não quer levar o papelzinho para casa. Sem contar que muitas pessoas pegam esses papéis, dão alguns passos e jogam o material no meio da calçada. Observem uma vez o que são as ruas em volta do prédio onde você irá votar no dia da eleição, é um mar de papel.
* * *
Devem existir outros tipos de poluição que as eleições provocam, mas somente essas me vieram com clareza. Lógico que precisamos ter campanhas eleitorais, mas um pouco de bom senso e respeito às pessoas e ao meio ambiente não seria um absurdo. Tantos políticos falam em mudanças... Mas será que esses ditos inovadores possuem esse poder? E se possuem, porque raios fazem o que todos os candidatos sempre fazem nas campanhas eleitorais?
Não irão conquistar o meu voto entregando papéis em cada esquina. Não irão conquistar o meu voto possuindo um carro com auto-falantes mais potentes que o adversário. Afinal, se é pra fazer barulho e bagunça, deixa que eu mesma os faço.

sábado, 20 de setembro de 2008

Monotonia

As luzes foscas da cidade por anos premeditavam o que seria aquela noite em sua vida. Sentia seus pés molhados e suas botas estavam cheias de lama. Luzes fortes e vibrantes surgiam e tomavam conta do ambiente. Já não conseguia entender se era tudo fruto de sua imaginação ou não. Seus olhos ardiam.

Dentro de sua mente muitas idéias surgiam. Idéias sem nexo, pensamentos, vontades, desejos, medos. Ela não sabia mais onde estava, o que fazia e muito menos qual era a sua essência de vida. Quem eram aquelas pessoas em sua volta? Quem era aquele homem loiro e misterioso que a observava?

Em cada piscar de olhos o ambiente parecia se modificar. Em cada respiração ela se tornava outra pessoa. O que era aquilo que ela sentia no peito? Que movimento de batida era aquele? O que ela fazia ali?

Por um momento pensou em correr para algum local isolado e escuro. Queria simplesmente fechar os olhos e ser levada pelo vento que embalava os seus cabelos negros. Tentou caminhar, não conseguiu. Algo segurava os seus pés e sua voz se tornara um inculto silencio.

Suas mãos estavam geladas. Essa prisão não afetava suas emoções e sentimentos, ela se mantinha calma, parecia que ela estava ali há muito tempo e sabia o que aconteceria. Era questão de tempo, tudo não passaria de uma alucinação.

Seus olhos ardiam cada vez mais e seus pés estavam dormentes. O vento passou a se intensificar assim como as luzes coloridas em sua volta. O que ela sentia era o arrepio de seu corpo.

As pessoas que estavam em sua volta começaram a sumir. O tempo passou e somente ela permaneceu, parada e sem reação. A vida dela sempre fora assim, corria entre os seus dedos e ela apenas observava. Os problemas e felicidades surgiam e ela os ignorava.

Assim ela permaneceu, parada no meio da lama, sentindo o frio lhe cortar a pele. Tornara-se mera coadjuvante de sua própria vida.

domingo, 14 de setembro de 2008

O angustiante valor dado as Paraolimpíadas

Este ano está sendo de grande importância para o esporte mundial, todo ano de Olimpíadas é assim. Milhares de atletas se reúnem para mostrar o seu máximo e por consequência ganhar a tão sonhada medalha. Milhões de pessoas acompanham esse acontecimento, torcendo, secando, se emocionando. Essa união é uma marca latente do esporte, e ele é o que é por razão disto.

Nas Olimpíadas de Pequim tínhamos a expectativa de acompanhar vários atletas brasileiros vencendo e mostrando ao resto do mundo o poder que o Brasil tem. Todos nós esperávamos mais do Brasil. Apesar dos pesares conquistamos o total de 15 medalhas: 3 de ouro, 4 de prata e 8 de bronze.

Em todos os locais eram encontradas notícias, entrevistas, reportagens sobre os Jogos Olímpicos de Pequim. A maioria dos brasileiros sabia tudo que estava acontecendo do outro lado do mundo e muitos sentavam na frente da televisão para torcer pelos nossos representantes.

Mas este ano não está sendo grandioso no cenário esportivo somente por causa das Olimpíadas, mas também pelas Paraolimpíadas. E nessa questão que me surge a angústia e a revolta em meu peito e em minha mente: porque essa diferença extrema na forma em que tratamos as Olimpíadas e as Paraolimpíadas? Porque não temos olhos e tempo para torcer e acompanhar esse tão heróico evento?

Alguns justificam não acompanhar porque a mídia trata pouco sobre esse assunto. Mesmo sendo uma transmissão visivelmente diferente da que tivemos nos Jogos Olímpicos temos canais que transmitem as provas. E se houvesse mais interesse dos brasileiros teríamos muito mais conteúdo disponível.

Ao final das Olimpíadas a maioria criticava os que não conseguiram dar conta do que se era esperado. Nesse ponto eu concordo, poderíamos sim ter conquistado mais vitórias. Os motivos por nosso aproveitamento ter sido um quanto baixo são vários relatados por críticos e pelo senso comum. Mas se a questão é MEDALHAS, porque não estamos vibrando e tendo orgulho dos nossos atletas da Paraolimpíadas?

Nossos guerreiros atletas já somam 35 medalhas: 12 de ouro, 9 de prata e 14 de bronze. Aos que culpam a atuação brasileira nas Olimpíadas pela falta de investimento, o que falar desses que são esquecidos? Aos que falam que a culpa é que a torcida não torce efusivamente, o que falar desses atletas? Aos que falam em dificuldades de treinamento, o que falar nesse caso? Não digo que esses motivos apontados sejam falhos, mas nem tudo se prende a isso.

Esses atletas são verdadeiros heróis, que se superam a cada novo dia, e me pergunto, cadê o valor? Acredito que está na hora de NÓS - brasileiros, sociedade, população mundial - revermos os nossos conceitos.

Sei que dói ver certas provas e certas dificuldades que eles passam. Dói sabe porque? Porque nós, com nosso corpo perfeito, reclamamos muito da vida, reclamamos em ter que caminhar e de tantas outras coisas, sendo que nesse meio tempo, essas pessoas com deficiência conquistam sonhos. Não acredito que de uma hora para outra vamos passar a acompanhar as Paraolimpíadas, mas é hora de começarmos a analisar o porque de não dar atenção a tudo isso. Eles merecem toda a festa e todo o apoio do povo brasileiro, não somente por estarem conquistando medalhas, mas por estarem lá nos representando.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Seleção Brasileira X Internacional

Foi clara a semelhança entre o futebol apresentado quarta-feira (10/09) pela Seleção Brasileira e o futebol quase que repetitivo do Sport Club Internacional. Digo mais, a campanha da Seleção é análoga a do maior clube do sul do país.

A Seleção possui grandes jogadores, por mais que a presença de alguns seja contestada. No elenco também se tem o Dunga, uma grande figura da história do futebol do Brasil, mas que não está conseguindo formar um real time. Contudo, juntando esses dois fatores era de esperar grandes partidas e um ótimo posicionamento nas competições. A honrosa camisa amarela demanda mais qualidade, isso é fato.

A situação do Internacional é nem um pouco diferente. No papel o clube possui um conjunto vencedor, porém em campo isso não se confirma. O técnico Tite pode ser considerado bom ou ruim, por acertar em alguns pontos e errar em outros. Está se jogando um futebol mesquinho por se tratar da camisa alvi-rubra que está sendo vestida.

O Brasil fez um bom jogo no domingo (07/09) contra o Chile quando venceu, convincentemente, por 3x0. A mídia já publicava matérias confiantes, afirmando que o jogo contra ao Bolívia seria barbada, que certamente assistiríamos uma histórica goleada - desprezo esse tipo de posicionamento midiático -. Deu no que deu. Esta realidade vejo se passar ao redor do meu Internacional, que, assim como a Seleção, ainda não conseguiu encontrar a regularidade em campo.

Nossa Seleção foi considerada uma das favoritas para o ouro em Pequim. Foi parada nas semifinais quando levou 3 gols da Argentina, que veio a ser a campeã. O Inter, por sua vez, era favorito a tudo neste ano. Na Copa do Brasil tudo indicava que a torcida colorada teria mais um título para comemorar. O sonho acabou contra o Sport que, após fazer 3x1 no Inter pela quarta de final, se classificou e por fim se tornou campeão da Copa do Brasil 2008.

O povo brasileiro e a imprensa não possuem mais total confiança pelo time do Brasil, isso também vale para o time colorado. Como torcedora dos dois tenho este mesmo sentimento. O que salva esses dois grandes times são alguns jogadores que não conseguem – e espero que nunca consigam -, se conformar com essa situação. Na Seleção o gigante Lúcio, zagueiro, velho conhecido da torcida colorada, mostra dedicação a cada jogo, passando até mesmo a jogar no ataque. No Internacional o guerreiro – e já eterno – Pablo Horacio Guiñazu, volante, por muitas vezes chamou a responsabilidade para si e também tentou avançar à procura do gol.

Lógico que existem diferenças, mas assistindo o jogo de quarta-feira pude pensar “Já vi esse filme antes”, ainda mais quando a solução e a esperança do time foi toda depositada em cima de um jogador, o atacante Nilmar.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Nossa sociedade analfabeta

Um dos problemas do nosso país é a falta de alfabetização. Afirmo isso, pois uma grande parte dos considerados "alfabetizados" sabem apenas desenhar o nome próprio. Estes no máximo conseguem ler um texto, mas sem entender e decodificar nada. Não é o bastante apenas saber ler e escrever, é preciso conseguir refletir sobre o que foi lido.

90% dos jovens do Brasil sabem dos recursos contraceptivos existentes para evitar uma gravidez indesejada. 75% desses mesmos jovens que possuem esse conhecimento NÃO usam nenhum método ao ter um relacionamento sexual. Como explicar isso? A meu ver, o problema é o que citei no primeiro parágrafo. Nós, mesmo tendo a informação, optamos pelo errado.

Em depoimento para a reportagem "A gravidez na adolescência", feita pelo programa 'Jornal Hoje', da Rede Globo de Comunicação, nesta quinta-feira (04/09), uma jovem arrolou naturalmente que sabe da importância do uso da camisinha, mas que simplesmente esquece de usar. COMO ESQUECER? Usar a camisinha não é uma ação para os outros, é para nós mesmos! Nós estaremos nos preservando das conseqüências que o sexo pode proporcionar! Repito: COMO ESQUECER?

A cada dia que passa vemos mais e mais jovens grávidas. 20% das crianças que nascem hoje em dia no Brasil são filhos de mães adolescentes. Adolescentes (ou pré-adolescentes? Ou, ainda, crianças?), de 10 a 14 anos sendo mães, e não apenas de um filho, mas muitas já grávidas do segundo. Terá uma criança dessa idade cabeça, responsabilidade e estrutura para tanto?

As bonecas dadas para as crianças brincarem de mamãe estão tomando proporções reais, e isso é assustador. Crianças-mães, que acabam largando o estudo, deixam de lado a infância e num pulo fulminante passam a ser adultas. O pior de tudo é que essas mães, em sua grande maioria, não possuem renda para sustentar um bebê. Reforço: o problema não está na divulgação da importância do uso da camisinha nas localidades mais pobres, muito menos na adquirição dessa proteção, pois os Postos de Saúde devem fornecer contraceptivos gratuitamente.

A linha de raciocínio seguida foi a que a jovem grávida viria a assumir e ter o filho, mas infelizmente nem todas fazem essa escolha e partem em busca do aborto. Essa medida não é legalizada no Brasil - apenas em casos extremos de abuso sexual ou risco de vida da mãe -, por isso quem recorre ao aborto, ou acaba se arriscando com receitas caseiras, ou com os recursos clandestinos. Entre 1993 e 1995, 50 MIL jovens foram parar nos hospitais públicos devido a complicações no aborto clandestino, sem contar que cerca de 20% das mamãezinhas acabam morrendo junto com a criança indefesa.

Tenho em minha mente a idéia concreta contra o aborto, acredito que há vida desde a união do óvulo com o espermatozóide, e o aborto – esteja o feto com dias ou meses - é um assassínio. Condeno veementemente quando a criança foi gerada por irresponsabilidade e a "solução" encontrada é a abortiva. O que se planta se colhe. Fez sexo sem camisinha? Assuma o filho. (Não irei me aprofundar nesse assunto, apenas um comentário rápido e breve sobre).

Outros números alarmantes são os que mostram como a tendência suicida está crescendo entre as jovens grávidas. Em pesquisa feita de 120 jovens entrevistadas, 16% confessaram terem pensado em suicídio devido à gravidez indesejada. Antes a porcentagem era de 13%.

Outro ponto preocupante é o das doenças sexualmente transmissíveis que estão se alastrando rapidamente pela nossa sociedade, pela falta do uso da camisinha, a freqüente troca de parceiros e o uso de drogas injetáveis.
Essas mãezinhas precisam do apoio dos pais, da sociedade, de todos. Não adianta largar de mão pessoas que vivem a realidade de serem mães e pais adolescentes, terem doenças, etc.

É necessário reverter esse quadro de calamidade. Devemos nos preocupar em trabalhar a mente desses jovens, das nossas crianças e também dos adultos. Não é o suficiente apenas saber, ter conhecimento excessivo; é preciso usar isso no dia-a-dia, nas escolhas, nos conselhos. Não se pode mais tolerar que as pessoas não consigam interpretar as coisas, e não estou falando dos 'pobres coitados' - que adoramos falar mal, dizer que lá é que está o problema do nosso país e de nossa cultura -, estou falando de todos nós, letrados, que, por estarem tendo acesso à internet, possuem conhecimento e oportunidade. Muitos de nós conhecemos - ou até mesmo somos – analfabetos que não conseguem entender, interpretar e formar idéias próprias. Simplesmente decifram códigos e desenham coisas que lhe disseram ser palavras.
Fazemos lindos discursos do que é certo do que é errado, adoramos apontar o dedo na face dos que fizeram uma má escolha, mas em dado momento fazemos o mesmo, ou até pior. De nada mais adianta falar, é preciso agir.

Apoio qualquer tipo de projeto para alfabetizar os que ainda não sabem, mas não devemos mais aceitar e idealizar que para sermos inteligentes basta saber ler e escrever. Precisamos pensar, refletir e fazer. Só assim o nosso país vai pra frente - nesse aspecto e em tantos outros - porque palavras solitárias ditas, meus caros, não ão de resolver nada.

sábado, 30 de agosto de 2008

O Enviado

Falavam-lhe para não crer em anjos, seres celestiais era mera alucinação. Anjos nunca fariam parte de sua existência, ela sempre estivera certa disso.
Aprendera que era tolice confiar nas pessoas que a rodeavam. Com o exemplo dos relatos contados concluía que todos que a tratavam bem iriam, em dada situação, deixar a máscara afável cair.

Certa ocasião abrandou seu coração e confiou na possibilidade de existir felicidade no amor. Acreditou em um suposto partido primoroso. Traída pelo coração acabara desistindo. Nomeou-se burra e dominada pelo ideal que os tolos poetas insistiam em enaltecer. “Como pude me corromper dessa forma”, pensava. O amor conjugal passou a ser apenas um detalhe para se estar de acordo com o arquétipo que a sociedade impunha.

Era juvenil, mas enrustida como mulher de passados séculos. Decidida, viveria sozinha, não existia indivíduo verdadeiro para se ter ao lado. Investiria somente em sua trilha, que nem ela sabia qual era. O despertar aconteceria cedo ou tarde, era o que ela matutava e o que todos a sua volta mais queriam, o despertar de sua alma.

Por fora reluzia uma mente possante, por dentro uma alma em motim. Tudo que considerava caricato e desprezível era o que ela mais almejava. Implorava internamente que alguém a mostrasse como ela estivera errada por todo este tempo. Ela queria estar errada!

Mal cogitava o que a vida havia delineado para ela.

Em um dia qualquer um anjo aparecera para ela. Sim, um anjo. No momento em que ela carecia, ele surgiu. De mansinho chegou sem ser evasivo como os homens que se aventuravam em amolecer seu aparente coração de pedra. Ela aceitou aquela presença célica, sem ainda perceber a benção que tivera.

Mesmo negando a existência de amigos verdadeiros foi nesse anjo terreno que ela passou a ter os primeiros sinais de confiança e de apego. Ela, obviamente, negava tudo, dizia ser apenas uma distração, uma passagem de tempo.

Após uma tarde acalorada pelo campo ela se preocupou. Sentiu que seu coração estava descompassado. Nunca sentira tal sensação, estava realmente assustada. Em sua família comum eram os quadros de problemas cardíacos, estava decidida em procurar ajuda. Pois o seu médico estava o tempo todo ao seu lado. Seu anjo sabia muito bem o que estava causando aquela mutação. O coração de seixo estava enternecendo, o anjo era o seu médico, o curador de almas. Ela gracejou quando escutou o dito motivo para ela estar assim. “AMOR? ISSO NÃO EXISTE!”, falava entre gargalhadas.

Os últimos sinais de aversão estavam se dissipando em meio aquele mar de amor que inundara o seu peito. Não tinha mais como se esquivar. Ela encontrara um anjo amigo, um amor verdadeiro. Por vezes pensou em fugir, em desaparecer, em voltar a ser aquele pedregulho de antes.

Ela estava sim apaixonada, sua alma agora vivia e ela conseguia entender o porquê do canto dos pássaros, a beleza nos desenhos nas nuvens, o poder de um abraço e a implicação em um beijo.
Depois de tantos anos percebeu que vivia criticando a utopia, mas por todo este tempo vivera no mundo da ilusão. Agora ela era feliz, ela é feliz, e agradece todos os dias e todos os minutos pela vida ter lhe dado um anjo, um amor, uma razão para sonhar e sorrir.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

A lei do investimento

Após a leia seca, nova lei provoca polêmica no cenário industrial e social do nosso país. A ampliação da licença-maternidade, proposta pela senadora Patrícia Saboya (PSB-CE,), já foi aprovada com unanimidade no Senado e já vigora em algumas empresas públicas. O assentimento à essa lei precisa ser feito pela funcionária e pela empresa, por se tratar de uma medida opcional.

Para as indústrias essa regulamentação traz benefícios financeiros , pois poderão fazer uma renúncia fiscal ao aumentar a licença de suas funcionárias. Se todas as empresas do país apoiarem o projeto, o Governo Federal terá R$ 500 milhões em renúncia fiscal.

Com esta lei o período sem a funcionária aumentará o que pode dificultar sua substituição. É neste ponto que a discussão emerge, pois o que se trata em relação entre mãe e filho é incontestável.

O consultor de Benefícios Humanos, Sérgio Motta, relata que a lei só prejudica a posição da mulher no mercado de trabalho. “Isso se trata de uma reação masculina para frear a ascensão da mulher no mercado de trabalho.”, afirma Motta.
Relembro que o projeto foi criado por uma mulher, possível beneficiária desta medida. Não acredito que ela tenha o criado com a intenção de frear o crescimento das mulheres no mercado.
Fato também é que nenhuma mulher pode ser demitida por ficar grávida, o que pode acontecer é a empresa não se voluntariar e permanecer com a licença de 4 meses.

Uma lei que beneficia tanto as crianças não pode ser parada ou descartada por um discurso machista ultrapassado.
A mão de obra feminina a cada dia cresce, se aperfeiçoa e ganha espaço. O aumento de 2 meses pode ser muito bem administrado pelas empresas, o que para elas promoverá uma boa imagem social, pois estarão investindo e respeitando a maternidade – período fundamental para o desenvolvimento dos laços maternos.

Acredito que fica por terra o argumento de que as mulheres não serão mais contratadas por serem mulheres e estarem sujeitas a ter um filho. Esta barreira social já foi derrubada e não se pode tentar reconstruí-la. Exemplo são algumas empresas privadas que já se filiaram a esta prescrição, sem questionar a permanência das mulheres nas empresas.

É preciso investir nas crianças e no afeto materno, pois é criando bem os pequenos que está sendo criado os adultos de amanhã. Não há investimento melhor.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Silêncio

Tanto tempo lado a lado e num piscar de olhos se tornaram somente conhecidas. Os minutos, as horas, os dias... Os meses passaram, e ainda passam, e tudo permanece idêntico. A afeição está sendo enterrada pela terra do descaso.

Confesso que tentei. Ponderei por noites e dias que o problema estava dentro de mim. Na frente do espelho refleti, como nas outras diversas vezes que passei por semelhantes situações. Será que o problema está dentro de mim? Ou melhor, estará ele apenas dentro de mim?
Já não sei mais o que fazer, sentir ou falar. Se devo considerar a apatia ou me alucinar acreditando que tudo é uma fábula dramática de minha mente.

Uma nostalgia invade periodicamente minha alma. Passo a lembrar e a reviver todas as lindas histórias e sonhos que tivemos. Momentos que passaram e que tardam a repetir.
Com o tempo a vida se transforma. As responsabilidades e a maturidade também, mas como pode um sentimento mudar tanto assim?

Refletindo penso em tua vida, no teu doce semblante e em tudo que a tua existência aflora em mim. Por vezes sinto que não precisas mais das minhas palavras, meus gestos. É isso que as circunstâncias me fazem concluir.

Tenho vontade de gritar, chorar, sumir. Mas eu já fiz isso, e nada mudou. Cansei dessa situação. Cansei de tentar impedir sozinha que tudo isso fique por terra.

Aguardarei pelo despertar dessa realidade que tanto sobrecarrega e atormenta o meu ser. E espero que um dia tu voltes a ver minha dor e aflição na simples expressão do meu rosto, e que então tu simplesmente te importes.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O despertar

Vinícius Viana tinha 26 anos, mas aparentava ter 32. Desde novo tivera que trabalhar para ajudar a sustentar a família. Há um ano mora junto com sua noiva, Isabelle, em um apartamento na zona leste da cidade. Uma pequena cidade.

Isabelle era uma mulher comum, ruiva de olhos castanhos, magra de meia estatura. Conhecera Vinícius fazia 3 anos durante um passeio pela Praça das Flores. Foi paixão à primeira vista, mesmo os dois não acreditando nisso. O tempo passou, promessas foram feitas e o noivado se concretizou. Era feliz, mas algo a incomodava e ela não sabia o que. Sentia que algo estava para acontecer, mas não acreditava em pressentimentos.

Certa manhã de primavera Vinícius saiu para o trabalho. Ele estava adiantado, nunca saía esse horário, mas ele queria sair de sua casa o quanto antes. Trabalhava em um escritório imobiliário e para lá chegar precisava atravessar toda a cidade. Na realidade ele mais ficava em seu escritório do que em sua casa. O noivado ia bem, mas o trabalho para ele era fundamental. Quando Isabelle reclamava de sua ausência ele dizia que para haver casamento era necessário dinheiro e ela então aceitava, apesar de preferir o ter mais ao lado do que ter um casamento na Igreja.

Caminhava estranhando o ar carregado que entrava em seus pulmões. O sol às vezes aparecia entre as nuvens de chuva que atormentavam a região nos últimos dias. Foi então que aquele instante se tornara único em sua vida. Caminhando sob as folhas já caídas pela proximidade da troca da estação, ditando a freqüência de seus passos ao vê-la não pôde ditar seu coração. Aqueles olhos enigmáticos, escuros e misteriosos o hipnotizaram. De onde viera tal olhar? Quem era aquela mulher tão discreta e ao mesmo tempo tão notável?

Por um momento o tempo parou. Já se perdia no compasso dos seus passos, nos seus pensamentos e na sua emoção. Assim como o ar dá vida ao corpo, o brilho dos olhos daquela jovem moça o dava vida à alma.

Nunca tivera visto aquela jovem que aparentava ter 19 anos. Loira, olhos pretos, lábios vermelhos, alta e charmosa. A atração que ele sentiu não foi pelo seu corpo jovem ou pela sua bela conjuntura, era algo além e ele precisava entender o que era.

No momento em que tornou à realidade Vinícius viu que aquele anjo, como ele quis denominar, seguia um caminho diferente do seu. Não hesitou, abriu mão do emprego, dos compromissos e a seguiu. Queria saber aonde ela iria, com quem e como, talvez assim ele pudesse descobrir um pouco mais sobre ela, o anjo.

Ela então parou no ponto de ônibus. Vinícius se manteve distante, mas totalmente ligado àquela jovem que aparentou estar triste. Podia se notar os olhos inchados, ela havia sim chorado. Ele se preocupou, como nunca havia se preocupado com ele ou até mesmo com Isabelle. Isso por um momento o chocou. O que afinal ele estava fazendo ali, que atração ele tinha por aquela jovem moça, o que ele pretendia? Que ligação era aquela?

O ônibus não chegava e aquela demora o afligia. A vontade que ele tinha era de sair dali e voltar pra sua vida. Aquilo só poderia ser uma loucura, o efeito colateral de algum remédio que Isabelle por insistência o mandava consumir. Um terrível sentimento de culpa veio ao seu coração, mas ele não sabia o porquê de todos esses sentimentos estarem aflorando do seu íntimo.

Culpa, era isso que ele sentia. Como se a troca de olhares, os passos até aquela linda mulher tivessem sido uma traição.

Quando olhou novamente para a jovem seus olhares se encontraram. Ele sentiu seu corpo queimar, não de desejo e paixão, mas pela cólera que ela passava. Por um momento ele sentiu medo, sua culpa aumentou, ele não sabia mais o que estava acontecendo, o que ele fizera e onde ele estava. Uma chuva intensa começou a desabar e aquela jovem não parava de o olhar. Vinícius então saiu correndo, não era um anjo que ele havia visto, mas sim uma assombração. Tão bela por fora, mas tão maldosa por dentro. Era isso que seus olhos haviam revelado.

Vinícius adentrou um bar e pediu uma bebida. Ele precisava se acalmar e esperar a chuva passar. Seu pensamento dava voltas e voltas, seu coração pulava do peito e ele sentia que alguém ainda o observava. Por um instante quis tirar tudo àquilo da sua mente, do seu coração. Queria rir de si mesmo, não era necessário sentir o que ele estava sentindo. Aquela culpa e aquele medo eram coisas de sua cabeça.

A bebida não o acalmou e uma vontade súbita de voltar para casa e ver sua noiva surgiram. Pagou então a conta e saiu correndo. Não se importava mais com a chuva, os raios, ou os carros que ele cortava a frente. A chuva ficou mais forte e ele não conseguia mais correr. Suas pernas doíam, ele não era acostumado a correr tanto, sua respiração ficou ofegante e ao olhar a sua frente a viu, a moça do ônibus. Suas pernas definitivamente enfraqueceram e Vinícius caiu de joelhos no meio da calçada. Começou então a chorar, chorar como nem em sua infância havia feito.

Ele tinha medo, ele queria acordar daquele pesadelo. Abriu então os olhos e levantou a cabeça, ele estava disposto a acabar com aquele sentimento. Não viu mais ninguém a sua volta, a chuva havia diminuído e alguns raios de sol apareciam. Ele então se levantou e seguiu caminhando até sua casa. Ele se sentia melhor, aliviado.

Chegando em casa abraçou Isabelle que nada entendia. Vinícius não sabia explicar o que ele estava passando, não sabia se tudo fora sua imaginação ou se realmente havia acontecido, mas agora ele se sentia vivo. Aquela assombração realmente lhe deu vida e a partir daquele dia Vinícius nunca mais foi o mesmo.

domingo, 17 de agosto de 2008

Procurando respostas

O que está acontecendo? Por favor, alguém me explique. Não sei mais o que pensar, no que acreditar e no que esperar.
Sempre coloquei em minha mente e no meu coração, a cada nova batalha, a esperança e a fé de que tudo voltaria ao normal. E não voltou. Ao contrário, se concretizou o que eu não entendo.

Recentemente este fato vem acontecendo com freqüência. Ano passado também foi assim, conseguimos, de uma certa maneira, superar e viver. Mas será que este ano teremos a mesma sorte, competência? O mesmo merecimento? Será que não estamos achando que tudo irá se repetir e, por isso, pouco nos preocupamos ou agimos?

O que está acontecendo?

Como pode termos tantos fatores e forças para que nossos objetivos sejam alcançados, e na hora que precisamos a determinação escorre pelos pés? Já pensei em tantas respostas, em tantas alternativas e em tantas figuras para culpar... Alguns culpam os fenômenos da natureza, outros culpam os 'donos da verdade', mas isso mudou alguma coisa? NÃO.

Não é macumba, é muito mais forte do que isso. Não é azar, nem o azar consegue ser tão sortudo assim. Não é falta de força, de apoio.
Seria falta de cobrança? Será que iremos ter que tomar as mesmas atitudes que uma mãe toma quando seu filho a desobedece? Temos que nos conformar? Temos que brigar?
Como podemos tentar solucionar algo que, a princípio, não se mostra claramente como problema? Como esperar uma solução de algo que é mascarado pela maioria?

Será que eu, e muitos outros, estamos vivendo um momento irreal? Ou será que estamos todos errados e está tudo bem? Infelizmente isso é real, e se estivéssemos dormindo isto certamente seria um péssimo pesadelo.

Alguns não estão mais aguentando, não conseguem mais permanecer em pé. Deixam de lado a sua roupa de guerra e esperam dentro de um ambiente fechado que a guerra acabe. Desesperados eles berram, imploram piedade, com as mãos direcionadas aos céus pedem forças. Outros, além de cair querem que os outros a sua volta caiam também, palestram que não existe mais solução ou outra alternativa. Está tudo acabado, qualquer melhora é uma simples ilusão.

O que aconteceu? O que está acontecendo? O que vai acontecer? O que preciso fazer? Não sei, definitivamente não sei. A única certeza que tenho é que quanto maior a dificuldade, maior é o meu sentimento. Maior é a minha voz, meus gritos e o meu canto. Continuarei buscando as minhas respostas e tentando solucionar o que eu acredito que posso, dentro de um conjunto, solucionar. Continuarei sim acreditando, orando, esperando e lutando.

A guerra continua. Estamos perdendo batalhas em cima de batalhas, mas nada está decidido. Nós, soldados guerreiros, precisamos nos unir definitivamente àqueles que na frente de combate estão e atropelar qualquer inimigo. Não quero estar sozinha, quero todos os meus companheiros de luta do meu lado... E sei que, como sempre, todos lá estarão.

sábado, 2 de agosto de 2008

Um exemplo de vida


Em cada idade da vida os filhos, geralmente, encaram a figura paterna de maneiras diferentes. De herói e melhor pai do mundo passam a o considerar chato e ultrapassado. São fases que passam com o amadurecer dos filhos. O que não muda é o amor pelo pai.

Por muito tempo o pai ideal era aquele chefe de família, personagem de combate do Lar. Dificilmente ele se envolvia afetivamente com a família, e isso ainda se vê hoje em dia. Muitos ainda não conseguiram se desprender desta imagem e sofrem por não conseguirem demonstrar o quão grande é seu amor pelos filhos. Mas, cada vez mais os vemos entregues a sensibilidade, à benção e a responsabilidade de se ter um filho.

Todos nós somos filhos e um dia teremos, se já não temos, também a nossa família. Criticamos algumas atitudes dos pais achando que eles estão errados, mas quase sempre quando estivermos na mesma situação, faremos as mesmas escolhas e determinações. Valores NUNCA ficam ultrapassados e o pai não somente sabe o que fala, ele mostra através de exemplos da vida a importância de se ter valores. E mesmo assim custamos a o escutar.

Quase sempre o pai é a parte racional de um lar, enquanto a mãe é a parte sentimental. Os filhos consideram seu pai como um herói, aquele que por mais difícil que seja a situação sabe como a solucionar, ou se não sabe, deixa no ar a tranqüilidade de que tudo dará certo.

Pai é aquele anjo amigo que deixa as asas de lado e nos mostra como homem de bem o quanto ele nos quer ver feliz. Faz mil e um esforços para se deixar ver no rosto do filho um sorriso verdadeiro. Anjo que anima o filho quando este não sabe mais o que fazer, que caminho seguir, ou quando simplesmente está triste.

Muitos não possuem mais o pai do lado, ou de repente, nunca o tiveram. Às vezes as pessoas decepcionam, mas os erros cometidos nunca são para machucar os filhos, mas sim para protegê-los. Não somos filhos perfeitos, e justamente por isso temos que entender que nosso pai, nossa mãe e toda a nossa a família também não será. O que temos que fazer é aproveitar enquanto os temos do lado, dar valor, e tentar sempre entender e aprender com eles.

Infelizmente precisamos de datas para nos lembrarmos dos nossos queridos. Muitos filhos só lembram do pai, só o visitam, no dia dos pais. Ainda precisamos de datas marcadas para agradecer pela existência dele. Por mais que as dificuldades e os problemas tenham machucado, o pai sempre será aquele que nos ensinou e que sempre estará do nosso lado.

Agradeço sempre pelo pai maravilhoso que eu tive a graça de ter e que eu sempre possa lembrar dessas palavras e aceitar as coisas, entendendo que ele sempre pensa no meu bem. Feliz dia dos pais.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Fique vivo!

Ele era tão bonito, não só esteticamente, mas sobretudo belo de alma. Sempre feliz, vivia sorrindo. Às vezes suas gargalhadas deixavam no ar a dúvida de se tratar de um deboche ou de uma simples demonstração de felicidade.

Muitos o invejavam, tanto por ter uma família unida e harmoniosa, quanto por ser universitário, ter um emprego fixo e uma bela namorada.

Sempre que eu o via admirava aquela demonstração de vivacidade, tinha sempre várias garotas e vários amigos a lhe rodear. Vez ou outra o encontrava em festas, sabia que ele era o tipo de cara que bebia, mas que sempre se responsabilizava pelo volante. Por ser um cara dito experiente, por dirigir a anos e por ter uma auto-estima de super herói todos confiavam nessa decisão, e quase nunca o repreendiam pela perigosa mistura do álcool e o trânsito.

Um dia comecei a pensar que sortudo que ele era, tinha tudo que uma pessoa feliz precisava, mas mesmo assim se arriscava várias vezes durante a semana dirigindo alcoolizado. Senti pena e medo. As tragédias em minha volta pareciam aumentar a cada nova folhada no jornal.

A maioria dos jovens e adultos que bebem e pegam a direção acreditam que conseguem sim dominar os efeitos da droga álcool, e que dirigindo devagar pouco irão se machucar ou machucar os outros. Um choque a 50 km/h projeta o corpo da pessoa com peso em média de um elefante para frente. E se esse bêbado "consciente" que dirige devagar estiver sem cinto de segurança? O seu espírito controlador e forte irá ser capaz de segurar o seu corpo perante tal circunstância?

Toda a pessoa que bebe e dirige tem na mente a idéia de que nunca irá passar por um acidente e que tudo é invenção da mídia e do governo - que mais se preocupa em criar regras pra "barrar a minha felicidade" do que em solucionar a desigualdade social, etc -.

Todos pensaram ser super heróis. A maioria teve o mesmo fim.

Não vai ser uma lei seca, multas, prisões e apreensão de habilitação que vai acabar com os acidentes envolvendo o álcool e a direção. Sim, as tragédias estão diminuindo, mas enquanto a cabeça dos nossos condutores não mudarem as tragédias continuarão.

Todos nós vivemos correndo atrás de oportunidades para sermos mais felizes e para termos mais condições para realizarmos os nossos sonhos e vontades. Porque arriscar tudo dirigindo bêbado? Se apenas pensar na tua vida não resolve, pense na vida que, de repente, uma imprudência tua pode acabar.

Qualquer acidente cometido por uma irresponsabilidade tua acaba com a vida da outra pessoa. Não somente a vida do corpo, mas muitas pessoas acabam sobrevivendo, mas levando pro resto da vida fraturas e perdas que acabam lhe matando a vontade de estar vivo.

Pense na tua vida, no teu suor diário para ser uma pessoa melhor.

Pense nos teus amigos que te amam e que te adoram.

Pense nos teus familiares, pois a tua dor pode durar somente por alguns instantes, mas a dor deles jamais terá fim.


Preserve a tua vida, se beber não dirija.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

O que procuras?

Perfeito

adj.,
acabado;
completo;
que não tem defeito físico ou moral;
que tem tudo o que lhe pertence ter;
magistral;
primoroso;

Imperfeito

adj.,
incompleto;
não acabado;
defeituoso;

Vivemos em busca da nossa perfeição e da dos que nos cercam. Cobramos dos nossos amigos a perfeição nos atos e nas escolhas; Um namorado apaixonado vê no rosto de sua amada a perfeita companheira.
Geralmente caimos no pensamento de que finalmente encontramos a pessoa perfeita, aquela que tanto procuramos. Não quero parecer descrente do amor - falo também do amor da amizade-, mas será que ela é realmente a perfeição que queremos do nosso lado? Será que o nosso conceito de perfeição é realmente o mais correto?
Acreditamos nessa dita perfeição, pois o véu do amor e da paixão cobre os nossos olhos e inunda o nosso coração de sonhos, como nos contos de fadas.


O que para um é perfeito, para o outro pode ser o inverso. Como então pode existir uma perfeição padrão? O que afinal queremos?

A vida é imprevisível, essa é a sua beleza e é ela que vai nos mostrar o real sentido do adjetivo "perfeito". Não podemos controlar a vida, nem ao menos constatar o que vai acontecer. Você pode receber uma proposta de emprego, conhecer um novo amigo, ou até mesmo conhecer um novo amor; de um dia para o outro. Ela é uma escola e a nossa história é escrita em linhas tortas - regulares para alguns, para outros não-.
O que nos parece perfeito, com o tempo, mostra o seu real sentido, valor e significado. Vemos que o era pra nos fazer bem nos faz mal. Seria isso a perfeição?

Todas as pessoas possuem um pouco da perfeição e da imperfeição. E muito da perfeição do outro é fruto da nossa imaginação ou da criação da outra pessoa. Fingimos ser perfeitos e bons, mas sabemos que as máscaras sempre caem e que o fingimento não permanecerá forte no momento da dor e da dificuldade. Nessas horas que vemos os reais valores das pessoas. É muito fácil apoiar um amigo que não possui problemas. É muito fácil amar quem nos ama.

É preciso parar de deixar a ilusão dominar as nossas vidas e os nossos sentimentos. Ninguém é perfeito, e muitas vezes aquela pessoa que tu sempre considerou uma das principais da tua vida vai errar e vai te decepcionar, assim como tu decepcionou outros.

Como posso eu, um ser imperfeito, cobrar dos outros a perfeição? Como posso cobrar a sinceridade se a mentira faz parte do meu dia a dia?

Precisamos correr atrás do que acreditamos ser bom e honesto, tanto valores para carregar quanto pessoas para amar. É chegada a hora de criarmos o nosso padrão de perfeição e lutar para que ele um dia se torne uma realidade.

As decepções fazem parte da vida, e elas por mais imperfeitas que pareçam, são os fatores mais perfeitos que nos ensinam e que nos empurram para uma melhora e, possivelmente, para uma vida melhor. É necessário manter a cabeça erguida, dias melhores sempre virão.


A tua vida perfeita é constituida de erros e de pessoas imperfeitas. Quem acredita em uma perfeição total hora ou outra caí na real.
Este conceito é você mesmo quem faz. E então, o que procuras?