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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A Janela da Alma

São poucas as pessoas que realmente enxergam os outros e a vida em si. Não que estes sejam cegos, mas muitas vezes não conseguem transmitir visão e vida em seu dia a dia.
Visivelmente o ser humano voltou a viver nas cavernas escuras de Platão, onde a vida e a visão das coisas ficaram extremamente fora de foco.
Parou-se de prestar atenção no rosto daquela pessoa que na rua se esbarra, não se percebe os dons e qualidades dos próximos. Vive-se no escuro e por simples e própria vontade.
Em um dado momento do documentário “Janela da Alma” de João Jardim e Walter Carvalho, o participante convidado se questiona “E se todos nós fôssemos cegos?”, e conclui magnificamente que somos sim cegos: de ensino, de respeito, de razão, de sensibilidade e tantos outros sentimentos e princípios, que ultimamente estão sendo colocados de lado.
A sociedade precisa parar para pensar o que afinal está fazendo com os seus olhos, o que das imagens e fatos estão absorvendo para si. Os olhos são uma das janelas de nossa alma e é pelo olhar que se convence, se conhece e muitas vezes se muda conceitos e opiniões.
É necessário escutar, ver e sentir o que de alguma forma vai levar ao crescimento e à vida do ser humano. O mundo é cruel se somente os fatos tristes forem levados em conta, é possível ver certos problemas e acontecimentos de uma maneira mais humana, logicamente sem ser insensível. É preciso acreditar nos anjos.
Os olhos e olhares revelam certos segredos, medos, angústias, felicidades, paixões e, por ser tão claro, muitos acabam mascarando o olhar, definitivamente colocando uma cortina em frente à sua janela que resplandece o brilho de uma existência. Não se pode deixar que a pureza de um olhar seja aniquilada pelas dores e friezas do mundo.
Todos deveriam deixar os olhos do corpo e da mente abertos, sem conceitos e preconceitos, sem nunca deixar de estar alerta, pois muitas coisas não querem dizer algo e sim vender algo.
Olhar nos olhos do companheiro próximo e sentir o que de mais puro existe na vida, esta é a luz que iluminará as cavernas sem vida.