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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Razão para sorrir

Esperamos demais de nós mesmos, da vida, dos outros. 
Não compreendemos porque certas coisas não acontecem como o planejado. E veja, não falo em perspectivas que não deram certo. Isso porque o tempo nos faz perceber que o errado foi o mais certo possível. 

Todavia, certo, errado ou nenhuma das alternativas, as coisas passam a não fazer mais tanto sentido. Nos doamos (e doemos) tanto para que determinadas vivências ocorram. Imaginamos, idealizamos, externamos e esperamos.

E às vezes o que a gente deseja não vem.

E daí a gente chora, se frustra, fica noites em claro. O amanhecer passa a ser escuro, o pôr-do-sol é cinza. Os sorrisos não nos atraem, o que vale são os nossos sentimentos em turbilhão, prontos para uma Guerra Mundial.

Chega então o dia em que acordamos diferentes. Queremos é sorrir, sermos felizes. Um êxtase nos toma por completo e nos convencemos de que não sentimos mais nada, que está tudo bem, que a pessoa ou fato nem eram tão importantes assim.

Um grande erro. Elas eram e ainda são. Elas valem sim as nossas lágrimas, as nossas noites em claro. Passamos a perceber, entretanto, que nós mesmos, o nosso eu, merece muito mais os nossos próprios sorrisos. E isso basta. 

quinta-feira, 19 de abril de 2012


Os tropeços são providenciais. É através do inesperado e do indesejado que percebemos quem realmente somos, as nossas fraquezas e principalmente a nossa força.

Quando o coração aperta, apenas nós compreendemos o porquê. Somos nós que entendemos o motivo pelo qual algo nos toca de forma mais profunda. É neste momento que compreendemos quem somos. É na fase nublada que amadurecemos, superamos lembranças que teimamos em esconder, organizamos os sentimentos, as expectativas, os rumos que queremos seguir.

O tropeço é a forma que o universo força o nosso encontro com o nosso eu. 
E existe algo mais lindo e feliz do que o reencontro?

domingo, 8 de abril de 2012

O que me resta é dar asas.
Esperar que o tempo coloque as coisas nos seus devidos lugares.
Acreditar que o vento vai levar o que for errado.
Ter esperanças de que o que for verdade vai voltar.

Me resta voar, ir junto com o vento.
Me deixar levar pelo tempo.
Ter esperança de que irei ficar.
De que irei voltar.
De que vai dar certo.

sábado, 7 de abril de 2012

Na noite tudo se perde.
E é na tentativa de me encontrar que fecho meus olhos.
Procuro não olhar para o céu, tampouco sentir o vento me tocar.
Fujo das palavras, de tudo.
Tento não pensar, desejo não sentir.
Assim é mais fácil suportar.
O que fica é a vontade de estar em outro lugar.
De estar com um outro alguém além de mim.
Para construir as lembranças que gostaria de ter, mas não tenho.
Para sonhar um futuro que não sei se virá.

O medo

Nós temos medo. Medo de gostar, de se envolver. Medo de se decepcionar, de se perder. Temos medo do agora, do antes e do depois. Temos medo de sentir, de chorar, de ter saudades. Temos medo da solidão, da falta de reciprocidade, do frio e da escuridão. 

Esquecemos da doçura de um carinho, do desejo de querer estar perto. Do amanhecer com o pensamento longe. Da vida que se constrói durante os sonhos. Esquecemos do coração acelerado, do encontro das mãos, dos olhares que nos trazem certezas.

Esquecemos, pois estamos complexados nos nossos medos. Medo de amar. Medo de sermos felizes.