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quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Silêncio

Tanto tempo lado a lado e num piscar de olhos se tornaram somente conhecidas. Os minutos, as horas, os dias... Os meses passaram, e ainda passam, e tudo permanece idêntico. A afeição está sendo enterrada pela terra do descaso.

Confesso que tentei. Ponderei por noites e dias que o problema estava dentro de mim. Na frente do espelho refleti, como nas outras diversas vezes que passei por semelhantes situações. Será que o problema está dentro de mim? Ou melhor, estará ele apenas dentro de mim?
Já não sei mais o que fazer, sentir ou falar. Se devo considerar a apatia ou me alucinar acreditando que tudo é uma fábula dramática de minha mente.

Uma nostalgia invade periodicamente minha alma. Passo a lembrar e a reviver todas as lindas histórias e sonhos que tivemos. Momentos que passaram e que tardam a repetir.
Com o tempo a vida se transforma. As responsabilidades e a maturidade também, mas como pode um sentimento mudar tanto assim?

Refletindo penso em tua vida, no teu doce semblante e em tudo que a tua existência aflora em mim. Por vezes sinto que não precisas mais das minhas palavras, meus gestos. É isso que as circunstâncias me fazem concluir.

Tenho vontade de gritar, chorar, sumir. Mas eu já fiz isso, e nada mudou. Cansei dessa situação. Cansei de tentar impedir sozinha que tudo isso fique por terra.

Aguardarei pelo despertar dessa realidade que tanto sobrecarrega e atormenta o meu ser. E espero que um dia tu voltes a ver minha dor e aflição na simples expressão do meu rosto, e que então tu simplesmente te importes.

Um comentário:

  1. "Já não sei mais o que fazer, sentir ou falar. Se devo considerar a apatia ou me alucinar acreditando que tudo é uma fábula dramática de minha mente. "

    Lindo demais...

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