O vento frio daquela manhã lhe corta a pele. Tem esperança, logo o sol sairá tímido por trás das brancas nuvens. Ela corre, ela foge, ela tem medo. Desesperada tenta confundir sua própria sombra. Quer ficar sozinha. Quer esquecer dos problemas. Quer correr da rotina, da vida, de tudo.
Suas pernas estão cansadas e sua respiração ofegante. Parece que mil e um fantasmas tentam lhe pegar. Ela corre, ela corre.
Seu corpo está ferido e sua alma também. Se ela pudesse voar ela voaria para bem longe. Lá ela acharia o que tanto procura e ainda não sabe. Ela teria motivos para sorrir com sinceridade. Ela sentiria seu corpo ser todo envolvido em um abraço apertado. Ela sentiria a união dos corações e das almas.
Ela corre, e vai deixando para trás a poeira do descaso, da mentira e da falsidade. Ela corre e não deixa pegadas. Ninguém nunca saberá aonde fora, aonde está e aonde vai.
Ela corre sozinha. Nem mesmo os pássaros voam no céu. Sozinha ela corre.
Seu corpo já não aguenta mais, coração em descompasso e a boca seca. Ela olha pra trás, nada vê. Os fantasmas sumiram. Ela realmente está sozinha. Olha para frente e vê um caminho sem fim, como se fosse uma sequência da mesma foto.
Ela se ajoelha como se estivesse se entregando. Ninguém corre do seu lado, até mesmo os fantasmas desistiram dela. Ela parece ter desistido dela mesma, parece não mais suportar sua própria presença.
Respirou fundo. Levantou e seguiu.
Ela corre, ela foge, ela tem medo.
Rafinha tem o dom das palavras!
ResponderExcluirParabens!
Olá,
ResponderExcluirEstava lendo ai esse post e muito do que tá escrito nele me tocou, pois era um pouco do que eu estava sentindo, talvez ainda esteja... de qualquer forma bonitas suas palavras....
Bom o seu blog...parabéns acesse o meu qdo puder.
PARABÉNS!
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