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domingo, 16 de janeiro de 2011

”Eu nasci de novo”

Centenas de pessoas passam diariamente por ela, a maioria correndo, sem olhar para os lados. A pressa, de fato, nos faz ignorar histórias.

De segunda a sábado, Rosemari Martins cuida de uma banca de roupas e bijuterias localizada na Estação São Leopoldo da Trensurb.

Enquanto eu caminhava pela estação e observava algumas pessoas, reparei o quanto aquela mulher se destacava em meio a multidão. No primeiro instante não compreendi bem o porquê, mas a resposta se deu no momento em que ela começou a falar sobre sua vida.

Natural de Venâncio Aires, Rosemari mora em uma casa de aluguel em Sapucaia do Sul, era casada e trabalhava na área de Segurança. Tudo mudou após um acidente de moto. “Nasci em 1978, e renasci em meados de 2000”, revela. Os médicos pouco acreditavam em sua recuperação. Apesar das graves lesões, Rosemari conseguiu sair do fundo do poço. Ao contrário do que os médicos acreditavam, ela não precisou de dezenas de remédios contra a depressão. “Minha história de vida é bonita e vai ficar mais ainda quando eu me reerguer”.

Rosemari não gosta de falar do passado, prefere falar do presente. E esse presente tem nome: Silvio Carlos Eduardo Martins,  seu filho de três anos e nove meses.  “Meu filho depende de mim. É com o meu trabalho que coloco comida e roupa dentro de casa”, conta.

“O movimento aqui não é muito grande”, conta a vendedora que trabalha na lojinha há cinco meses e meio. Além de trabalhar na banca, Rosemari trabalha nos finais de semana como garçonete em sua cidade. Enquanto trabalha, seu filho fica com Arlete, uma grande amiga. “Ela cuida do meu filho e cuida de mim. É uma mãezona”, se emociona.

Espírita, Rosemari gosta de ler principalmente os livros de Zíbia Gasparetto, como “Tudo valeu a pena” e “Quando é preciso voltar”. Nos momentos livres, Rosemari gosta de passar o tempo com  seu filho, ou então participa de reuniões do Partido dos Trabalhadores.

Apesar de não falar muitos detalhes, com poucas palavras Rosemari contou o essencial para que uma história de vida se tornasse inesquecível. Questionada sobre o que a vida lhe fez aprender, Rosemari afirma: “A vida me ensinou a ser humilde”.

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