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terça-feira, 19 de julho de 2011

O adeus de Falcão

Todos querem o retorno de um ídolo, ainda mais quando o assunto é futebol. Quem vive deste esporte e ama um clube sabe do que eu estou falando. Não me lembro ao certo o dia que meu coração se coloriu com as cores vermelha e branca. Apenas sei que a opção pelo time colorado não foi um mero acaso. Mesmo tendo ficado apenas alguns meses ao lado do meu avô materno, sinto que a paixão que ele tinha pelo Internacional foi passada para mim. Quem me conhece sabe disto.

Logo quando comecei a me interessar pelo futebol e de fato entendê-lo, meus pais me contaram algumas histórias sobre o Internacional. O que eles não me contavam nos domingos de futebol eu pesquisava. Ao mesmo tempo em que meus ídolos eram Fernandão e Clemer, pensava o quanto eu queria lembrar de Dunga e o quanto gostaria de ter visto Claudiomiro, Manga, Figueroa e Falcão jogar. Inclusive nos primeiros textos que escrevi para este blog, falei sobre o que chamei de "F3 colorado", composto por Falcão, Fernandão e Figueroa, três grandes jogadores, três ídolos.

No início deste ano, o torcedor colorado clamava por mudanças e principalmente mudança na postura do time. Queríamos a paixão no futebol, o coloradismo dos jogadores, queríamos perceber que os jogadores, a direção e o técnico estavam cientes da camiseta que eles vestiam. Roth foi demitido e Falcão contratado. Nada poderia ser mais realizador, o ídolo estava de volta.



Apesar dos tropeços, apesar dos resultados não tão positivos, os colorados sabiam que não estava faltando vontade por parte do técnico em vencer e tornar o Internacional cada dia mais gigante. Mas o que fazer quando além de ter como adversário um time de futebol, ter também como adversário uma direção?

Que saudades dos tempos em que o esporte era maior do que a politicagem. O Falcão foi demitido por isto, jogo político. E como um grande ídolo não saiu sem falar o que pensava. Em sua entrevista coletiva, Falcão desabafou, chorou, mostrou a sua insatisfação com a situação. E criticou abertamente o presidente do clube.

Tantos técnicos já passaram pelo Internacional. Quantos técnicos foram mantidos mesmo quando as circunstâncias eram insustentáveis. E o Falcão foi demitido após três derrotas . Após apenas três meses no cargo. Após ter ganho um Campeonato Gaúcho desacreditado por todos. O ídolo foi demitido como se fosse qualquer um.

Faltou respeito. Respeito com Falcão. Respeito com a história do Internacional. Respeito com o torcedor colorado.

Quem virá agora? Cuca? Dunga? Mário Sérgio?

Vinte quatro horas após um dos maiores ídolos do Internacional ter sido demitido, Fernandão, o Capitão Planeta, foi contratado para trabalhar na direção do Internacional. Sai um ídolo, entra outro. Assim como sonhei com a volta de Falcão, muito sonhei com a volta de Fernandão. Sabia que quando ele voltasse ao colorado eu iria berrar, vibrar, acreditar ainda mais no meu time. Por enquanto percebo que me enganei.

Podem contratar quem quiserem, nada apagará da minha memória a forma como Falcão foi mandado embora. Faço das palavras do ídolo as minhas: a minha frustração é maior que o Beira-Rio.

Não sei o que esperar. Não sei qual será o técnico ideal. Não sei se Fernandão dará certo. Não sei se a direção do Internacional irá funcionar. Quero apenas acreditar na volta dos tempos em que o Internacional era o clube do povo e não o clube dos incompetentes.

Um comentário:

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