Páginas

terça-feira, 20 de abril de 2010

Diálogo: Simples e esquecido

Discussão que já preencheu diversos espaços na mídia gaúcha volta a fazer parte dos debates formais e informais no Rio Grande do Sul. Incomodados com a permanente e inalterável situação incidida na Cidade Baixa em Porto Alegre, donos de estabelecimentos estão fechando as portas de seus comércios. A problemática envolve denúncias de promiscuidade e constante consumo de drogas por jovens homossexuais que freqüentam o Centro Comercial Nova Olaria. Neste mais novo capítulo desta história que já perdura há mais de ano, o protagonista é o dono do Cinema Guion, Carlos Schmidt, que decretou o cancelamento da sessão cinematográfica das 22h aos domingos.
Infelizmente, não se pode nomear unicamente a estes jovens a realidade que envolve o consumo exacerbado de drogas e demonstrações de afeto abusivas em espaços públicos. Não se pode deixar-se iludir que somente jovens homossexuais circundam estas situações. É inadmissível enfrentar esta situação com artilharias preconceituosas, nem mesmo cogitar a hipótese de proibição da circulação destes jovens no local. De acordo com a Constituição Federal brasileira, em seu artigo 5º, inciso XVI, todos os cidadãos brasileiros possuem o direito de se reunir pacificamente em espaços públicos. Por conseguinte, estes adolescentes nada mais estão fazendo do que usufruindo de um direito legítimo e constitucional. São nobres as reclamações destas dezenas de comerciantes que alegam estar sofrendo dificuldades econômicas e culturais. Estes também possuem direitos.
De fato, existem situações de constrangimentos providas por seres humanos indiferentemente do sexo, escolaridade, raça ou opção sexual. A solução não está em fechar os estabelecimentos, influindo diretamente na economia local, nem mesmo expulsando os que lá se reúnem. O fim estará próximo quando comerciantes, adolescentes, poder público, poder civil e todos aqueles que estão envolvidos debaterem a ocorrência e ingressarem em um acordo, não prejudicando, desta forma, nenhuma das partes. Diálogo. Tão simples, mas tão esquecido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Solte o verbo!