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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Você é capaz?

A realidade mundial e a desigualdade social são assombrosas. De um lado casas imensas, de outro casebres feitos de sucatas.
Todos nós, seres humanos dotados de consciência e inteligência, somos iguais, porém diferentes. Muitos de nós pensa a maior parte do tempo em quanto dinheiro e riquezas são capazes de adquirir. O sonho dessas pessoas é não existir espaço suficiente debaixo do seu colchão. Dinheiro gasto em supérfluos, em luxo e em itens que mais servem para provocar a inveja no vizinho do que a felicidade própria.
Pagamos altos impostos para o governo e alguns acreditam que está terminada a responsabilidade perante a humanidade.
Nós ignoramos a dor e o sofrimento dos mais humildes. Chamamos vários de vagabundos que não estudam e não trabalham somente porque são imprestáveis. Não queremos saber da história dessa pessoa, de sua luta. Queremos apenas julgar e acreditar que lutamos o impossível pelo que temos e que quem não conquista o sucesso é preguiçoso. Sim existem preguiçosos e relaxados que não lutam pela melhoria de vida, preferem justificar seus atos pelos problemas sociais e econômicos. Porém não existe um padrão de causas e consequências. Não existe somente injustiçados e culpados, justos e ladrões. Não podemos falar veementemente sobre fatores que apenas julgamos existir.
Queremos falar e dar a entender que sabemos o que é sentir dor de tanta fome, tendo sempre a mesa farta. Queremos falar do tráfico sem nunca ter tido tal realidade próxima de casa.
Somente quem vivencia ou conhece de perto é quem consegue firmar uma opinião concreta e inteligente.
Culpamos o governo de tudo, mas não podemos nos esquecer que o governo é a cara do povo. Reclamamos sentados no sofá que é um absurdo pessoas ainda morrerem vítimas de doenças simplesmente tratáveis. Achamos horrível a realidade de milhares de brasileiros e das milhões de crianças do mundo inteiro que possuem corpos esqueléticos.
Mas o que fazemos para mudar essa realidade? Nos trancamos, ignoramos, julgamos, condenamos. Sabemos apontar o dedo na face dos outros, mas não sabemos estender a mão para ajudar. Não somos capazes, muitas vezes, de abrir um sorriso para alguém. Não somos capazes de doar benefício para lares assistenciais. Achamos mais importante acumular bens que só preenchem o nosso ego, do que auxiliar uma pessoa que nos vem pedir ajuda. Não pensamos em projetos que beneficiem os outros, queremos apenas o nosso bem estar.
Queremos que exista a solidariedade, e que quando precisarmos tenhamos a piedade dos outros, mas não fazemos isso quando somos nós os procurados.

Não tenha vergonha de ajudar, de amar, de se emocionar e de se sujeitar a amolecer o coração. A humanidade precisa de pessoas humanas, que conseguem esquecer de seus problemas para pensar nos outros. Somos capazes de mudar, nem que seja a nossa própria essência de vida. Somos todos feitos de sonhos, de desejos e de sentimentos. O sofrimento existe, pois existem pessoas que pensam apenas em si, prejudicando sem piedade os outros para suprir seu egocentrismo.
Não quero mudar o mundo, pois seria uma heresia acreditar que sozinha eu conseguiria. Porém sei que tenho a capacidade de fazer o bem para uma pessoa e melhorar o seu mundo próprio, nem que seja por breves instantes.